03/12/2008

O caminho vocacional do apóstolo Paulo


Irmã Maria Inês Carniato, fsp 

Saulo viveu em Tarso por alguns anos após a conversão. Em um belo dia, quando já pensava que todos o tivessem esquecido, chegou seu velho amigo Barnabé, com o convite da comunidade de Antioquia da Síria. Ele aceitou e foi rumo ao desconhecido. Seu coração, porém, ia repleto de expectativas de realizar seu sonho missionário.

O nome novo de quem segue Jesus

Em Antioquia da Síria, a comunidade recebeu um título: cristãos. Nome que até hoje distingue as pessoas e as comunidades que seguem Jesus no mundo inteiro.
Fundada 300 anos antes da Era Cristã, a cidade de Antioquia, à margem do rio Orontes, durante muito tempo foi um centro importante da cultura grega por todo o Oriente Médio. Ela ainda existe e chama-se Antákia.


No ano 64 a.C. (antes de Cristo), os romanos fixaram em Antioquia a residência do governador da província da Síria. Foram modernizados o sistema de correio, as estradas e o porto de Selêucia no mar Mediterrâneo, o que permitiu a partida de navios para Roma.

A população da cidade era formada por macedônios, gregos, sírios e judeus. Do ponto de vista da cultura e da religião, assemelhava-se a Tarso, onde Saulo havia nascido e estudado: tinha várias religiões e seus habitantes acreditavam na vida após a morte. Essa cultura foi favorável ao cristianismo porque as pessoas viram em Jesus a realização de suas esperanças.
A comunidade de Antioquia foi residência do apóstolo Paulo por cerca de 14 anos, mas desses, ele passou períodos curtos
em casa e longo tempo em missão.


A vocação missionária nasceu na comunidade

O envio para a missão é uma escolha pessoal que Deus dirige a uma pessoa. O livro Atos dos Apóstolos diz com palavras claras que o Espírito Santo inspirou a comunidade de Antioquia da Síria a enviar os missionários: “Separai-me Barnabé e Saulo para a missão a que os destinei” (At 13,2). Os dois partiram, em nome da comunidade, para a aventura de comunicar o Evangelho. 

Primeira viagem

Na ilha de Chipre, Paulo entrou no palácio do cônsul romano. Anunciou o Evangelho e causou profunda impressão naquele homem que, apesar de ser uma grande autoridade no Império Romano, abriu o coração ao Evangelho.
De Chipre os missionários seguiram por mar para Perge,depois, por terra até Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe.
Nessas cidades, anunciaram Jesus e assim foram fundadas as primeiras comunidades paulinas na Ásia Menor, região que agora se chama Turquia. .

Fé confirmada

Ao chegarem ao fim da viagem,os apóstolos voltaram pela mesma estrada e entraram outra vez em todas as cidades para ver se os primeiros convertidos continuavam firmes. 
Organizaram comunidades e deixaram os novos cristãos confiados à graça do Espírito Santo, na certeza de que saberiam viver o Evangelho dentro de suas culturas e costumes.
De navio, regressaram para Antioquia da Síria. Lá, foram recebidos com entusiasmo pela
comunidade, que agradeceu muito a Deus por saber que os pagãos haviam compreendido e acolhido o anúncio de Jesus Cristo.


Dificuldades da vida missionária

Aventuras e sofrimentos desafiaram a coragem de Paulo.
Na cidade de Listra, ele se defrontou com uma cultura desconhecida. A língua falada em Listra era tão misturada com os dialetos nativos da região, que ficava incompreensível.
Por isso,após ter curado um enfermo, ele não entendeu que a população o estava considerando um deus. Quando tentou dizer que era um homem mortal, o povo se revoltou e o agrediu a pedradas.
Os pagãos tinham costumes e idéias diferentes, mas Paulo aprendeu a anunciar o Evangelho com a linguagem adequada e, sobretudo, com seu testemunho.
Inclusive deu liberdade às comunidades nascentes para criarem seu modo próprio de viver e celebrar a fé.
O missionário e a missionária são chamados por Deus a anunciar e testemunhar o Evangelho. Portanto, é preciso sentir o que Jesus sentiu e fazer o que Ele fez. Foi isso que o apóstolo Paulo quis dizer quando escreveu aos gálatas: “Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20).



*Texto publicado no Guia Vocacional, encarte da Revista Família Cristã, edição de novembro de 2008


www.paulinas.org.br/anopaulino/aventuras_missao.aspx

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