21/10/2009

Os espíritos humanos têm a vertigem do mistério.

O mistério é o abismo que atrai, sem cessar, nossa
curiosidade inquieta por suas formidáveis profundezas.
O maior mistério do infinito é a existência de Aquele para quem e somente para Ele − tudo é sem
mistério.
Compreendendo o infinito, que é essencialmente incompreensível, ele próprio é o mistério infinito e
externamente insondável, ou seja, ele é, ao que tudo indica, esse absurdo por excelência, em que
acreditava Tertuliano.
Necessariamente absurdo, uma vez que a razão deve renunciar para sempre a atingi−lo;
necessariamente crível, uma vez que a ciência e a razão, longe de demonstrar que ele não é, são
fatalmente levadas a deixar acreditar que ele é, e elas próprias a adorá−lo de olhos fechados.
É que esse absurdo é a fonte infinita da razão, a luz brota eternamente das trevas eternas, a ciência,
essa Babel do espírito, pode torcer e sobrepor suas espirais subindo sempre; ela poderá fazer oscilar a
Terra, nunca tocará o céu.
Deus é o que aprenderemos eternamente a conhecer. É, por conseguinte, o que nunca saberemos.

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